sexta-feira, 14 de novembro de 2008


NO BRASIL UM OPERÁRIO; NA BOLÍVIA UM ÍNDIO E AGORA UM NEGRO NA PRESIDÊNCIA DOS USA.

“....Pelos caminhos da América há um índio tocando flauta, recusando a velha pauta, que o sistema lhe impôs. No violão um menino e um negro tocam tambores. Há sobre a mesa umas flores, pra festa que vem depois” Zé Vicente



As elites latino-americanas acostumadas às benesses do Poder estão perplexas e perguntando: o que está ocorrendo com os “dóceis” Povos das Américas que agora resolveram escolher lideranças populares para ocupar o mais elevado cargo de seus Países?


A resposta é simples. Nesses últimos 10 anos observamos o amadurecendo político dos Povos e o rompimento das amarras coronealistas que por décadas oprimiram as classes menos favorecidas.

O grande exemplo dessa afirmação vem da América Latina, onde nos parece que o espírito de Simón Bolívar encarnou nos povos dessa terra e culminou, não numa revolução, mas em uma substantiva transformação que passa pelas eleições de lideranças populares para as Presidências das Repúblicas.

Essas mudanças iniciaram na Venezuela com a eleição de Hugo Chavez, depois com Lula, Tabaré Vázques no Uruguai, Evo Morales na Bolívia, em seguida veio a eleição de Rafael Correa no Equador, Michelle Bachelet no Chile, Fernando Lugo no Paraguai e agora com Barack Obama nos USA.


As vitórias dessas lideranças, em especial da América do Sul, não podem ser vistas apenas sob o aspecto emblemático, tem um significado muito maior e um claro recado dos Povos: chega de esperar; chega de submissão e conivência. O Povo necessita de mudanças concretas e de recuperar e usufruir as riquezas dos seus Países.


Sem dúvidas de que as aspirações desses Povos, mesmo com a enorme resistência das elites, estão se tornando realidade e os Governantes estão implementando uma grande transformação em seus países, especialmente com ênfase às Políticas Sociais e a defesa da soberania nacional dessas Nações.


No caso dos USA, a eleição de Barack Obama tem sim um componente simbólico e Político: primeiro porque resgata e dá um passo enorme para concretizar a árdua luta de Martin Luther King; Político porque o Povo, assim como ocorreu recentemente na América do Sul, deu um basta às Políticas implementada pelos reacionários Governos Republicanos que denegriram a imagem do País e arruinaram a vida do Povo do grande império.


Nesse mesmo sentido o jornalista Paulo Henrique Amorim assinalou:.....”foi preciso que os Estados Unidos perdessem duas guerras – a do Iraque e a do Afeganistão. Foi preciso haver um presidente Bush que construiu a coalizão mais reacionária da recente historia política americana. Foi preciso fazer a mais profunda intervenção estatal na economia americana para salvar Wall Street. Só assim, numa situação-limite, à beira do precipício, a sociedade americana foi capaz de eleger um negro, de esquerda, Presidente dos Estados Unidos”.


Agora a grande expectativa é que o Governo de Obama se espelhe em duas marcantes personalidades norte-americanas e realize as transformações que o País tanto necessita. Na área social esperamos que sejam implementadas Políticas Sociais combinadas com o fortalecimento das ações afirmativas e uma ampla campanha contra o preconceito racial, afinal, esse é o legado deixado pelo saudoso Líder Martin Luther King. Na Política aguardamos uma verdadeira integração das Américas e o fim do nefasto bloqueio a Cuba. Na economia, seu maior desafio é salvar da bancarrota os USA, assim como fez o grande Estadista Franklin Roosevelt em 1932 durante a grande depressão.


A nós Latino-Americanos cabe esperar e esbravejar para o mundo que a "esperança venceu o medo" e que "Yes, we, can! No mais: iAhorra..Ahorra Américas!