segunda-feira, 24 de março de 2008

MORDAÇA NO JORNALISMO INDEPENDENTE



A MORDAÇA NO JORNALISMO INDENPENDENTE:

PAULO HENRIQUE AMORIM É DEMITIDO PELO PORTAL IG

Por mais uma vez as forças conservadoras do capitalismo selvagem mostram suas garras. Agora o alvo foi o grande e respeitado jornalista Paulo Henrique Amorim (PHA) que tinha seu blog “Conversa Afiada” hospedado no Portal IG, mas que de maneira abrupta teve seu contrato rescindido.

Está virando uma prática. Todo jornalista isento, ético e independente está sujeito a tentativa de mordaça, que deliberadamente, é patrocinada por políticos comprometidos com a elite dominante ou pela própria mídia golpista. Assim aconteceu com vários profissionais, entre eles o próprio PHA e recetemente Luiz Carlos Azenha, ex-jornalista da Rede Globo de Televisão.

Mas como bem assinala Paulo Henrique Amorim ainda bem que existe a internet o “último reduto do jornalismo independente”. Aliás, agora continuaremos a ler suas importantes matérias no site: www.paulohenriqueamorim.com.br

Diante deste lamentável e abjeto episódio, só nos resta prestar solidariedade a este ícone do jornalismo brasileiro Paulo Henrique Amorim e rechaçar a postura condenável do Portal IG.

domingo, 23 de março de 2008

Pesquisa com Células Embrionárias


A PESQUISA COM CÉLULAS EMBRIONÁRIAS:

O DIREITO DE VIVER E SOBREVIVER

Mesmo o Brasil sendo um País laico, uma República não teocrática vivenciamos, por várias vezes, a religião se confundindo com o Estado.

Um dos mais célebres exemplos desta afirmativa foi quando da discussão da Lei nº 6.515/77 a famosa Lei do Divórcio. O Projeto de Lei foi de autoria Senador Nelson Carneiro, um grande defensor do Divorcio como instrumento a favor da mulher que permanecia prisioneira de uma sociedade arcaica e retrógrada, onde exercia um papel dentro da unidade familiar apenas doméstico.

O debate sobre o divórcio no Brasil não estava centrado somente em torno de concepções distintas de “casamento”, mas se concentrava também na relação entre Estado e Igreja. Nesse sentido, a introdução do divórcio representou simultaneamente uma mudança na legislação sobre família e uma “pseuda” separação entre a Igreja e Estado.

Hoje com a discussão da Lei de Biossegurança, notadamente no dispositivo que regulamenta o uso de células embrionárias, vivenciamos novamente, o embate entre “Igreja” e Estado, malgrado o tema deveria trilhar por outros caminhos.

Entendemos que a Lei de Biossegurança, um Projeto de Lei amplamente discutido com vários setores da sociedade, especialmente no tocante ao uso de embriões humanos em pesquisa com células-tronco, deveria ser tratado no mérito, afinal esta parte da lei nos parece bastante clara. Veja o que prevê o artigo 5º da Lei nº 11.105/05:

“Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições:

I – sejam embriões inviáveis; ou

II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.

§ 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores”.

Depreendemos deste dispositivo que somente serão utilizados embriões inviáveis ou aqueles congelados há mais 3 anos, ou seja, serão utilizados, para salvar vidas, apenas embriões que seriam, literalmente, jogados na lata de lixo.

No Entanto, para alguns setores da sociedade, especialmente a “Igreja” existe um argumento central que é compartilhada pelo Procurador-Geral da República Cláudio Fonteles, autor da Ação Direta de Inconstitucionalidade- ADI 3110 - da Lei de Biossegurança, de que a permissão contida no dispositivo da Lei para a realização de pesquisas e terapias utilizando as células-tronco embrionárias - fere o direito constitucional à vida, ou seja, para estas entidades o artigo 5º da citada Lei, propõe tirar a vida de um ser para “tentar” salvar outro.

Temos consciência de que esta discussão passa sim por vários aspectos, entre eles o político, moral, legal e religioso. Neste sentido e corroborando nossa tese, valemo-nos do brilhante discurso do respeitado Senador Cristóvam Buarque do PDT/DF que disse: “a primeira razão de minha posição é política. O Brasil é um País laico. A gente não pode deixar que uma das religiões professadas no Brasil, que é a minha, [e deste autor também] domine o conjunto da sociedade brasileira. Temos de ter liberdade. Os “Adventistas do Sétimo Dia” não aceitam transfusão de sangue. Morrem, mas não recebem transfusão de sangue. Mas eles não tentam impor isso ao resto dos brasileiros”.

A segunda razão levantada pelo senador é a questão moral, neste aspecto e com o mesmo brilhantismo ele disse: “pessoalmente, sei que a moral varia, mas não consigo entender por que considerar imoral e indecente o fato de se utilizar para pesquisa embriões fertilizados, in vitro, há mais de três anos.

Não entendo por que isso é considerado crime contra a vida. Todos os cientistas dizem que, depois de o embrião permanecer esse tempo fertilizado e congelado, é impossível dali surgir uma vida; é impossível dali florescer uma vida. Estou falando do uso de um embrião congelado há pelo menos 3 anos e que foi sobrante da tentativa de gestar uma vida. Se houve erro moral, ele ocorreu com a fertilização in vitro e não com o uso destes embriões”.

A terceira razão colocada pelo Senador é com relação aos aspectos religiosos: disse ele: “é a idéia de que o direito à vida não pode ser apenas o direito de nascer; tem de haver o direito de nascer e de viver. E muitas pessoas poderão viver se essas pesquisas forem adiante. Vejo um imenso movimento hoje em nome do direito à vida, para não permitir o uso dos embriões. Quero ver um movimento para dar qualidade de vida, para dar sobrevivência pelo uso dessas pesquisas”.

Quanto ao argumento científico e legal, pedimos vênia para citar o festejado Ministro Ayres Britto Relator da citada ADI que em seu fundamentado Parecer sustentou a tese de que para existir vida humana, é preciso que o embrião tenha sido implantado no útero humano. Segundo o Jurista , “o zigoto (embrião em estágio inicial) é a primeira fase do embrião humano, a célula-ovo ou célula-mãe, mas representa uma realidade distinta da pessoa natural porque ainda não tem cérebro formado. Continuando o Ministro sustentou: “O zigoto não pode antecipar-se à metamorfose. Seria além de si mesmo para ser outro ser”. Ele citou como exemplo a relação entre a chuva e a planta, a crisálida e a lagarta. “Ninguém afirma que a semente já é planta ou que a crisálida é uma borboleta. Não há pessoa humana embrionária, mas um embrião de pessoa humana. Esta sim, recebe tutela constitucional, moral, biográfica, espiritual, é parte do todo social, medida de todas as coisas A lei não permite retirar o embrião do útero. Permite, sim, o uso de embriões criados artificialmente".

Diante destes ensinamentos, e fazendo coro com 89% da população, segundo o IBOP, entende este articulista leigo e para alguns “atrevido”, que não há que se falar que a lei de biossegurança fere o direito à vida, ao contrário, a proposta é claramente pela vida e o direito de muitos cidadãos sobreviverem.

Odilon de Mattos Filho

odilondemattos@ig.com.br

Andrelândia/Mg

segunda-feira, 10 de março de 2008


O COMPORTAMENTO DA MÍDIA NO CASO DOS CARTÕES CORPORATIVOS

Inicialmente, há que se esclarecer que o “Cartão de Crédito Corporativo”, criado no final do Governo FHC e utilizado por 11.510 funcionários, é um eficiente instrumento que favorece a transparência e o controle da sociedade sobre as despesas efetuados pelos altos servidores públicos.

A irrisória compra do “bolinho de tapioca” pelo Ministro dos Esportes corrobora a afirmativa acima, pois só foi descoberta porque foi pago com o “Cartão Corporativo” e porque esta e outras despesas governamentais, como por exemplo, os convênios celebrados pelo Governo Federal com os Estados e Municípios estão postados no site Portal da Transparência (
www.portaldatransparencia.gov.br) criado pelo Governo Lula. Lá qualquer cidadão, inclusive a imprensa, tem acesso todas as informações que necessitar sobre a máquina pública.

Somos favoráveis sim, que se apure se as despesas com o “Cartão Corporativo” foram realizadas para o trabalho institucional do funcionário, ou apenas para cobrir despesas particulares. O que não concordamos é com a hipocrisia na cobertura desta matéria e o sistemático terrorismo midiático contra o Governo Lula.

Neste caso, por mais uma vez a mídia hegemônica – ou seja, o “jornalismo esgoto” - expressão criada pelo grande jornalista Luis Nassif - volta a fustigar o Governo Lula, tendo agora como mote os “Cartões Corporativos” usados pelo Presidente da República, Ministros e outros servidores públicos.

A grande mídia no afã de denunciar e municiar a oposição não procura aprofundar, de maneira proposital, é claro, suas denúncias, especialmente, se estas envolvem políticos ou pessoas de sua linha ideológica. Existem vários exemplos desta postura, o último vem corroborado por este caso dos Cartões Corporativos.

A imprensa não publicou, por exemplo, que a Controladoria Geral da União (CGU) divulgou em janeiro deste ano, que as despesas totais com o “Cartão Corporativo”, situa-se entre 0,002% e 0,004% dos gastos do Poder Executivo. E segundo a CGU nos últimos 05 anos do Governo Lula a média anual de despesas com suprimentos de fundos, que envolvem os “Cartões Corporativos”, foram de R$ 143,5 milhões por ano, enquanto no Governo FHC a média foi de R$ 223,4 milhões.

Outros fatos que a imprensa não divulga: talvez à maioria dos brasileiros não saiba, mas os Ex-Presidentes da República têm o direito a 08 assessores, FHC não é diferente. No entanto, veja alguns gastos dos seus assessores com os Cartões Corporativos: no dia 11 de abril de 2007 foi efetuada uma despesa em um Posto de Gasolina com o “Cartão Corporativo” do assessor de FHC, Eduardo Maximiano, o curioso é que este assessor, nesse dia, acompanhava o Ex-Presidente em viagem ao Peru. Outro exemplo: no dia 06/08/2007, os veículos de FHC foram abastecidos 04 vezes com o “Cartão Corporativo”, total da despesa: R$ 561,00, ou seja, 225 litros de gasolina em um só dia, considerando que um veículo faz 12Km/LT, FHC ou o seu assessor teria viajado 2.700Km em um dia. Você acredita?

Nos Estados a falta de transparência é total. Não há controle da sociedade sobre as despesas com os “Cartões Corporativos”. Em São Paulo por exemplo, somente os Líderes de Partidos na Assembléia Legislativa têm acesso aos dados postados no Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária – SEGEO), ficando o contribuinte alijado de qualquer informação.

E foi exatamente por meio de uma liderança de oposição ao Governo Serra que veio à tona as “tapiocas” do Governo tucano, fatos veiculados pela internet e ocultado pela grande mídia, exceto a “Folha de São Paulo” que, timidamente, noticiou alguma coisa sobre estes gastos. Veja alguns dados publicados no blog do respeitado jornalista Paulo Henrique Amorim (
www.paulohenriqueamorim.com.br) sobre como e onde se gasta o dinheiro do contribuinte paulistano: R$149,00 “Meias Gregório” – R$55,00 “Rei das Mágicas” – R$142,00 “Empório dos Doces” – R$ 111,20 “Bom Baiano” R$ 269,00 “Mundo das Cozinhas”– R$219,00 “Tapeçaria Dois Irmãos” – R$460,52 “Billar & Billar – R$480,00 “Bella Paulista Lanchonete” e mais: um funcionário da Secretaria de Saúde do Governo Serra gastou, em um único dia, R$ 5.910,00 com aluguel de um veículo e um motorista da Secretaria da Casa Civil do Governo Serra efetuou 75 saques com “Cartões Corporativos” em 2007, no valor R$ 271.900,00. Aqui citamos apenas alguns exemplos da utilização dos Cartões Corporativos pela fina flor do “Tucanato”. Caso nosso ilustre leitor queira saber mais sobre o tema acesse o blog do jornalista Paulo Henrique Amorim.

Diante de tudo, ratificamos a necessidade de se denunciar e apurar todas as despesas com os “Cartões Corporativos”, porém, que se faça de maneira responsável e a começar pelo Governo FHC, passando por todos os Estados. Ao contrário, como bem assinala o jornalista Luiz Antônio Magalhães, “a histeria da grande imprensa com os gastos nos cartões corporativos não passará de um jogo para torcida e de uma aposta no udenismo rastaquera para tentar prejudicar a imagem do Governo. O problema é que talvez a opinião pública esteja um pouco mais madura do que os jornalões imaginam. Ela já sabe que Orlando Silva [Ministro dos Esportes] gosta de “tapioca”, mas talvez queira saber direitinho como os Secretários de José Serra fazem para pagar os jantares no luxuoso “Restaurante Fasano” em São Paulo .

Odilon de Mattos Filho
odilondemattos@ig.com.br
Andrelândia/MG

sexta-feira, 7 de março de 2008

SALVE O DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES!


SALVE...SALVE..! O DIA 08 DE MARÇO
COMO SURGIU O DIA INTERNACIONAL DA MULHER:
No dia 08 de março de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher.
MEU NOME É MULHER:

“No princípio eu era a Eva
Nascida para a felicidade de Adão
E meu paraíso tornou-se trevas
Porque ousei libertação

Mais tarde fui Maria
Meu pecado redimiria
Dando à luz aquele que traria a salvação
Mas isso não bastaria
Para eu encontrar perdão

Passei a ser Amélia
A mulher de verdade
Para a sociedade
Não tinha a menor vaidade
Mas sonhava com igualdade

Muito tempo depois decidi:
Não dá mais!
Quero minha dignidade
Tenho meus ideais!

Hoje não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família
Sou taxista, piloto de avião
Policial feminina, operária em construção.

Ao mundo peço licença
Para atuar onde quiser
Meu sobrenome é Competência
O meu nome é Mulher!!!”
(Autor desconhecido)
Um beijo para todas as mulheres - Odilonzinho Mattos

sábado, 1 de março de 2008

CHE GUEVARA


HÁ 40 ANOS MORRIA “CHE GUEVARA”, MAS SEUS SONHOS E LUTAS PERMANECEM VIVOS EM NOSSAS MENTES E CORAÇÕES.
Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros" Che Guevara

No dia 9 de outubro de 1967 morria executado com 11 tiros, no povoado de La Higuera, Bolívia, aos 39 anos de idade, um jovem que se transformaria em dos maiores Líderes Populares da América Latina. Seu nome: Ernesto Guevara de La Serna, conhecido mundialmente por “Che Guevara”.

Ernesto Guevara de La Serna, filho de Célia de La Serna e Ernesto Guevara Lynch nasceu em 14 de maio de 1928 às 3h15 da manhã, na cidade de Rosário, Argentina.

Ernestito como era chamado pelos pais, foi o primogênito, mas o casal teve ainda mais três filhos. Ele herdou da mãe a cultura e a intrepidez que fez dele um líder. Ernesto foi uma criança levada e apesar da forte bronquite que o atormentava, nada o impedia de sempre fazer o que queria. Estudioso, adorava história, filosofia e desde jovem lia Marx. Por toda sua vida levou o hábito de escrever em diários.

Che Guevara decidiu fazer medicina após a doença da avó e se especializou como alergista, provavelmente para estudar e entender sua doença.

Ao lado do amigo Alberto Granado viajou de motocicleta pela América Latina para conhecer seus habitantes e suas condições de vida, história e geografia. Na Guatemala, se junta às milícias populares que defendiam o Governo Popular de Jacob Arbénz contra uma invasão orquestrada pela CIA. Após a queda do Governo Arbéns, exila-se No México. Lá, conhece o grupo de Fidel Castro, também exilado como punição pelo assalto ao quartel Moncada. Desse encontro nasce o apelido de Che, pelo seu sotaque argentino ao pronunciar a interjeição "che" a toda hora. Castro preparava uma invasão a Cuba e Guevara se junta aos guerrilheiros como médico.

Em dezembro de 1958, o então médico "Dr. Che Guevara" fez a escolha que mudaria a história. O desembarque em Cuba fora descoberto pelo governo do ditador Fulgêncio Batista e os guerrilheiros foram recebido por intenso bombardeio, mas em 1° de janeiro de 1959 eles entram triunfantes na capital Havana.

Homem de personalidade forte, socialista convicto, orador inteligente, hábil estrategista e, acima de tudo, extremamente voluntarioso e decidido, Che não se adaptou à burocracia “Castrista” e, em 1965, deixou o cargo de Ministro da Economia de Cuba porque, como ele dizia, “outros países do mundo clamavam por revoluções".

Na Bolívia isolado em território desconhecido e sem apoio do Partido Comunista local, foi perseguido pelo exército e pela CIA e levado para o povoado de La Higuera onde foi, cruelmente, executado.
Este é um breve resumo da vida de “Che Guevara”, amplamente conhecida por estudantes e por sérios e honestos historiadores e jornalistas do mundo, especialmente da América Latina. Porém, a grande mídia é impiedosa, e por mais uma vez tentou-se desconstruir a importante biografia de “Che Guevara” marcada pela defesa intransigente do socialismo, da liberdade e da justiça. E esta deliberada ação de revisionismo da história coube à Revista “Veja”, que em sua Edição nº 2028 trouxe na capa a foto de Che Guevara com seguinte chamada: "Che - A farsa do herói - Há quarenta anos morria o homem e nascia a farsa".

Alguns se surpreenderam e ficaram chocados com a matéria, mas a maioria dos brasileiros não esperava outra coisa desta revista sabidamente comprometida com as elites conservadoras do Brasil e ferrenhamente contra qualquer liderança popular do campo progressista e de esquerda que apareça na América Latina.


Esta postura da revista “Veja” de desqualificação das lutas populares já se tornou rotina. Um outro exemplo desta afirmativa ocorreu na matéria sobre um dos maiores nomes da Educação, conhecido e reconhecido mundialmente que é Paulo Freire. Na edição de 12.09.07, o jornalista Reinaldo Azevedo escreveu: “As Escolas brasileiras, deformadas por teorias avessas à cobrança de resultados e o esquerdista Paulo Freire prestou um desserviço gigantesco à causa, perdem-se no proselitismo e na exaltação do chamado universo educando”. Aqui está uma das mais injustas matérias contra este ícone da Educação Popular que é Paulo Freire.

Voltando à reportagem da “Veja” sobre Che Guevara, assinada pelo jornalista Diogo Schelp é fácil observar como a matéria é imprecisa, apelativa, pinçada e selecionada sem o menor rigor científico. Isso é explicado, primeiro pela linha ideológica da empresa Abril – que lembremos bem, tem como um de seus sócios o grupo Naspers que foi o porta-voz do Apartheid Sul Africano durante toda sua existência - e depois pelas fontes utilizadas pelo jornalista que seguindo a praxe da Revista só as buscaram nos setores e com pessoas que lhe interessavam e que sabidamente são contra o regime Cubano e Che Guevara.

Neste mesmo sentido o jornalista Alexandre Barbosa com grande precisão escreve: “No texto sobre Che, novamente fontes ligadas a Miami [referindo-se a matéria sobre Hugo Chávez} são usadas. Foi ouvido Napoleón Vilaboa, exilado em Miami, que ganhou dinheiro explorando a saída de cubanos pelo porto de Mariel em 1980. Pedro Corzo, do Instituto de Memória Histórica Cubana, sediado em Miami e Jaime Suchlicki, historiador cubano da Universidade de Miami. Mais uma vez, nenhuma fonte Cubana, Argentina ou Brasileira foi ouvida, quebrando um premissa do bom jornalismo de ouvir os dois lado”

E é exatamente contra esta postura tendenciosa, elitista e golpista da grande mídia, que está havendo no Brasil uma reação que vêm do fortalecimento dos meios de comunicação alternativos, capitaneados pelos blogs, sites, Orkuts, Rádios e Tv’s comunitárias e universitárias, todos compromissados com a pluralidade de idéias, a democratização da notícia e a participação coletiva. E foi daí que surgiu um enorme protesto contra esta matéria da “Veja” nos mostrando uma vez mais, que os sonhos e lutas de “Che Guevara” permanecem vivos nas mentes e corações do Povo Latino-Americano.

Odilon de Mattos Filho
odilondemattos@ig.com.br
Andrelândia/MG