segunda-feira, 28 de abril de 2008

DIA DO TRABALHADOR



DIA 1º MAIO – DIA DO TRABALHADOR

SÍMBOLO DA PERMANENTE LUTA POR JUSTIÇA E IGUALDADE.

“Ser radical é agarrar as coisas pela raiz, e a raiz para o homem é o próprio homem” – Karl Marx

O Dia do Trabalhador foi instituído em homenagem a dezenas de operários assassinados em 1º de maio de 1886 em Chigado/USA quando houve uma greve que reuniu mais 500 mil trabalhadores que exigiam a redução da jornada para oito horas de trabalho.

Para compreendermos o significado desta data é imprescindível que façamos um breve relato sobre as transformações da sociedade e a luta de classes estabelecida ao longo da história da humanidade.

Os primeiros grupos humanos de que temos notícia foram os “BANDOS”. Estes eram nômades e viviam do que a natureza lhes oferecia.

Com o passar dos tempos os Bandos começaram a dominar a natureza e se fixarem nas terras. Surge então, o primeiro tipo de sociedade organizada: as “TRIBOS”, denominadas também de “COMUNIDADES PRIMITIVAS”. Tudo que era produzido pertencia a todos. A única divisão que existia era de tarefas. No entanto, com o aprimoramento de novas técnicas a produção aumentou e passou-se a produzir mais do que se necessitava, surgindo então o excedente e o escambo entre as Tribos.
Diante dos conflitos entre a Tribos mais fortes e mais fracas surge a figura do prisioneiro convertido em escravo. Com isso a Comunidade Primitiva transformou-se em SOCIEDADE. O trabalho escravo aumentou a produção de bens e, por conseguinte o excedente, e aos poucos a produção e os escravos, que eram de propriedade coletiva, foram dominados por alguns chefes de famílias, surgindo assim à propriedade privada da terra e da produção.

Com o aparecimento da “Propriedade Particular” e o trabalho escravo, o mundo passa por uma grande transformação. A desigualdade se consolidou e surgiram as classes sociais: de um lado os senhores donos dos escravos, das terras e das ferramentas de trabalho; do outro os escravos que não podiam vender sua força de trabalho nem emprega-la em benefício próprio, recebiam apenas o alimento necessário para sobreviver.

Com o passar do tempo o sistema escravista começou a ser substituído por uma outra forma de exploração do trabalho humano e opressão política, o FEUDALISMO. Os antigos donos de escravos se tornaram Senhores Feudais e os escravos Servos.

Neste sistema de sociedade os Senhores Feudais arrendavam suas terras – chamadas de feudos - aos servos para que eles produzissem o que necessitavam, no entanto, grande parte da produção pertencia aos Senhores Feudais.

Durante o sistema Feudalista surge também o trabalho artesanal, levando alguns servos a abandonarem a agricultura para se transformarem em artesãos, como ferreiros, sapateiros, marceneiros, etc.

Com o aquecimento desta nova modalidade apareceram as primeiras estradas e cresceram as rotas de comércio por toda Europa, surgindo as pequenas cidades chamadas de Burgos, dominadas por ricos comerciantes conhecidos como burgueses.
Os Burgueses que já controlavam os trabalhos dos artesãos começaram a investir suas fortunas na organização de manufaturas que eram grandes oficinas que produziam matéria-prima pelas mãos dos artesãos, tudo em troca de um irrisório pagamento. Nascia assim o TRABALHO ASSALARIADO.

Com a ruína do Feudalismo nasce na Idade Média o “CAPITALISMO”. Neste sistema e com o aumento da produção, os burgueses buscavam formas de aumentar o lucro reduzindo as despesas, para tanto houve a incrementaçaõ tecnológica e a maxi-exploração dos operários com grandes jornadas de trabalho e baixíssimos salários.

No Capitalismo, conforme nos ensina o Mestre Tarso Genro, “o capitalista vende para receber, através da mercadoria, o capital investido na compra da força do trabalho e da matéria-prima, assim ele se ressarci das demais despesas da produção, e da parte que ele retém para si da força do trabalho, é que se processa o lucro”, ou seja, uma parte da jornada de trabalho é recompensada pelo salário que o operário recebe para sobreviver e continuar produzindo. A outra parte de sua jornada é destinada a produzir o lucro do patrão. É o que Karl Marx denominou de “Mais-Valia” , fórmula que perdura até os dias de hoje

Neste longo e permanente conflito de classes, em que os trabalhadores lutavam e lutam por melhores condições de trabalho e salário é que perceberam que não bastava apenas se organizarem em entidades de classe, pois toda desigualdade e opressão são garantidas pelo Poder Estatal e foi desta constatação que surgiram em vários Países os Partidos Políticos nascidos do movimento Operário e de cunho Socialista, cujo objetivo é ocupar os espaços nos Parlamentos e nos Governos dominados ainda, pelas forças representativas do Capital.

Dessa maneira e analisando dialeticamente todo este processo histórico é fácil constatarmos a disparidade ainda existente entre Capital e Trabalho, o que nos leva a concluir que somente o surgimento de uma nova sociedade, a Sociedade Socialista, é que se poderá garantir aos trabalhadores uma vida mais digna, justa, fraterna e igualitária.

sexta-feira, 18 de abril de 2008


22 DE ABRIL: SALVE...SALVE O DESCOBRIMENTO DO BRASIL..!

AS CONTROVÉRSIAS DESSA HISTÓRIA:

“Não há fatos eternos, assim como não há verdades absolutas”

Frieddrick Nietzsch

Certamente o ilustre leitor, assim como este articulista aprendeu nas salas de aula com o abnegado Professor – que quase sempre está preso aos livros didáticos – a lição da instigante e aventurosa história do descobrimento do Brasil.

O relato oficial transcrito nestes livros nos dá conta, resumidamente, que D. Manoel I, Rei de Portugal, determinou que fosse realizada uma viagem às Índias onde pretendia estabelecer relações comerciais e fundar um império colonial. Esta expedição contou com 1200 homens e uma esquadra composta por 10 caravelas e 3 navios comandada por Pedro Álvares Cabral.

A esquadra partiu de Portugal no dia 08.03.1500, mas não seguiu exatamente o caminho que Vasco da Gama havia percorrido, pois, em decorrência de tempestades em alto mar ou devido às correntes marítimas afastaram-se da costa da África e, “casualmente”, os navios aproximaram-se de terra a 21 de abril de 1500, avistando um monte muito alto e redondo o qual foi denominado de Monte Pascoal, nome dado devido à proximidade da Páscoa.

A chegada dos Portugueses ao Brasil foi relatada com riqueza de detalhes em uma carta com 27 páginas datada de 01.05.1500, escrita por Pero Vaz Caminha e dirigida a D. Manoel I. Esta missiva, segundo o Historiador Chico Alencar pode ser considerada a “Certidão de Nascimento do Brasil”.

No entanto, este grande e judicioso Político e Historiador Chico Alencar em sua magnífica obra denominada “BR 500” nos mostra com bastante humor e competência as inúmeras controvérsias desta história.

Segundo o historiador há 250 milhões de anos tudo estava reunido no supercontinente chamado Pangea e há aproximadamente 100 milhões de anos a África e América do Sul se separaram definitivamente, surgindo assim e por completo o Oceano Atlântico.

Há fortes indícios também, de que há 50 mil anos já existiam grupos humanos em território brasileiro. Segundo arqueólogos, 410 vestígios de fogueiras e pinturas de diversas épocas foram encontradas na “Serra da Capivara” no Piauí que podem comprovar tal afirmativa.

Portanto, não há dúvidas que nossa terra já era habitada antes da chegada de Cabral, até mesmo porque quando chegaram foram recebidos por “Índios”.

Dessa maneira podemos afirmar que quem descobriu o Brasil foram os Nativos. Já a história do “achamento do Brasil”, termo usado por Chico Alencar, possui muitas controvérsias como veremos a seguir.

A primeira já citamos: não houve descobrimento isso é uma visão eurocêntrica da História que desconsidera os muitos povos indígenas que viviam nas terras do atual Brasil. A segunda é que o Brasil nem era Brasil naquela época, era Pindorama, que na língua Tupi significa região das Palmeiras.

A terceira controvérsia é que Cabral também não era Cabral. Segundo Chico Alencar, seu nome era Pedro Álvares Gouveia. Gouveia de sua mãe dona Isabel. Naquele tempo o sobrenome do pai e sua herança pertenciam ao primogênito. Não era o caso de Pedro Álvares segundo filho de Fernão Cabral. Somente com a morte de seu irmão mais velho é que o Almirante Pedro teve a honra de usar o sobrenome paterno – Cabral – o que ocorreu depois de sua chegada ao “Brasil”.

Uma quarta contradição é com relação à afirmação de que o descobrimento do Brasil foi uma “causalidade”, tese defendida apenas por alguns historiadores “oficiosos”.

Em oposição à teoria da “causalidade” tem-se a tese da “intencionalidade” abraçada por grandes e sérios historiadores que a defendem amparados em dois instigantes acontecimentos: o primeiro o fato de D. João II não ter medido esforços para mudar o Tratado de Tordesilhas, entre outros motivos, porque a Coroa Portuguesa obtivera informações de que o espanhol Vicente Yañes Pinzon, Capitão da Caravela “Nina” já tinha percorrido o litoral do Ceará antes de Gouvêa/Cabral, ou seja, ficaram sabendo da existência destas terras. O outro acontecimento que pode comprovar esta tese é o fato de que os Lusitanos já haviam conhecido estas terras tupiniquins, tanto é verdade que o referido “Tratado” teve como uma das testemunhas o Português Duarte Pacheco Pereira, homem que segundo alguns historiadores esteve em 1498 em terras brasileiras.

Finalmente foi nos ensinado também, que devemos comemorar o descobrimento do Brasil no dia 22 de abril. No entanto aqui reside outra controvérsia. Em 1500, conforme ensina o historiador Chico Alencar vigorava o calendário Juliano. Com o avanço da astronomia, que permitiu uma maior precisão do tempo de rotação da Terra em torno do Sol, em 05.10.1582 esta divisão do tempo foi substituída pelo calendário Gregoriano, elaborado pelo astrônomo Italiano Aloysius Lilius e promulgado pelo Papa Gregório XIII. Assim foram retirados do calendário 10 dias, portanto, o dia 05.10.1582 passou a ser o dia 15/10/1582. Dessa maneira, pelo mesmo motivo e considerando os dias dos anos bissextos da virada dos séculos, o dia 22 de abril de 2008 na verdade será o dia 06 de maio, fato que não obstante a confusão de datas, favorece o festeiro povo brasileiro que terá dois bons motivos para festejar: primeiro, comemora-se o “descobrimento do Brasil” no dia 22 de abril e depois o “achamento do Brasil” no dia 06 de maio. De qualquer maneira, salve...salve...Pindorama, Ilha de Vera Cruz, Terra de Vera Cruz, Terra dos Papagaios, Terra do Brasil e Salve...Salve o BRASIL...!

Odilon de Mattos Filho

quinta-feira, 3 de abril de 2008


A FARSA DO GOVERNO DE MINAS:

Foi divulgado um vídeo-documentário no site do "YuoTube" denominado “Liberdade, essa palavra” de autoria de um estudante de jornalismo da UFMG que demonstra, cabalmente, como o Governador Aécio Neves conseguiu blindar seu Governo contra matérias jornalísticas que o desfavoreça.

Neste vídeo fica claro como a grande mídia está a serviço das elites e dos políticos conservadores do Brasil. Realmente é vergonhoso e coloca em cheque a imprensa brasileira.

“O vídeo-documentário “Liberdade, essa palavra” foi feito como projeto final de curso de jornalismo, na UFMG, por Marcelo Baêta, e apresentado no dia 28 de junho de 2006. O nome do vídeo vem de um verso de Cecília Meireles: “Liberdade, essa palavra/que o sonho humano alimenta/que não há ninguém que explique/e ninguém que não entenda”.

No mês de agosto de 2003, circulava pela internet um e-mail com relatos de que o governo de Minas havia provocado o afastamento do diretor de jornalismo, Marco Nascimento, e do chefe de redação, Luiz Ávila, da Globo Minas, de um jornalista da Rádio Itatiaia, Paulo Sérgio, e do editor de esportes da TV Minas, Ulisses Magno. Em setembro de 2003, mais uma demissão foi atribuída à interferência do governo Aécio Neves e ao alinhamento dos veículos de comunicação mineiros com o Palácio da Liberdade: dessa vez, a do editor de economia do jornal Estado de Minas, Ugo Braga.

Em uma matéria publicada no site Comunique-se, no dia 3 de julho de 2003, o presidente do Sindicato dos Jornalistas (SJPMG), Aloísio Lopes, afirmou que “por parte dos servidores estaduais, a reclamação vai desde a omissão até a distorção dos fatos”.

No dia 2 de junho de 2004, Brasil e Argentina jogavam no Mineirão. O jornalista Jorge Kajuru, do portão do estádio, ao vivo, disse que o governo de Minas e a CBF distribuíram 10 mil convites para o jogo. Chamou o primeiro intervalo do “Esporte Total – 2ª edição”, mas não voltou pro ar. Foi demitido da Band uma semana depois.
De 4 a 9 de junho de 2004, os policiais mineiros entraram em greve. Segundo o SJPMG e líderes de entidades representativas dos policiais, a cobertura da imprensa durante a greve só deu espaço para as fontes oficiais do governo estadual e do Exército; e quase nenhum espaço para os líderes do movimento grevista.

Em 23 de novembro de 2004, o governo de Minas lançou uma megacampanha publicitária para anunciar o “Déficit Zero” das contas públicas. Alguns dos principais órgãos de imprensa do país, assim como os de Minas, noticiaram com destaque o anúncio do governo mineiro. E segundo o ombudsman da Folha de São Paulo, Marcelo Beraba, em coluna (para assinantes da Folha) publicada em 5 de dezembro de 2004, “As notas e reportagens publicadas reproduzem acriticamente os dados oficiais divulgados pelo governo de Minas. Não há o contraditório, não há o questionamento, não há a dúvida (…)”.

O vídeo-documentário “Liberdade, essa palavra” foi feito com o intuito de apurar esses fatos. Para isso, foram entrevistados os principais envolvidos e foi ouvido o outro lado em todos os casos. Foi necessário ainda obter as matérias jornalísticas (e algumas propagandas), tanto de telejornais quanto de jornais e revistas, que têm ligação com os assuntos tratados. O objetivo do trabalho é esclarecer uma série de relatos e situações, até então pouco apuradas, que dizem respeito a um tema fundamental para o exercício jornalístico: a liberdade de imprensa.”

Veja o vídeo: